Queria mais que nada publicar um poema que escrevi no dia em que Russo se foi:
A Passagem
Jaz siderado, dentro de mim,
o amigo que não conheci;
o infinito vai ficar mais feliz
e eu perderei o bom senso.
Entender o que,
quando me sinto assim?
Fizemos nos acreditar
em mãos misericordiosas,
mas tamanho desespero
perpetua agora
junto à perplexidade
em mim vitoriosa.
Abriu-se o portal
de uma outra noção de vida;
você foi, eu também irei,
mesmo assim não posso dizer
que nos encontraremos algum dia.
Agora, só sinto saudade e pena
de todos que não o teremos
nunca mais;
e pela última vez, quem sabe,
rascunhei sentimentos
de roubadas palavras suas,
que não mais as devolverei,
já que agora você está em paz.
11 de out. de 2006
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2 comentários:
Lindo o seu poema. Eu também sinto muita falta dele.
O blog da Alcinéa é este aqui: http://alcineacavalcante.blogspot.com/.
E aparece hoje no site http://www.rsf.org/ para dar seu apoio à liberdade de expressão na Internet.
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