Antes de continuar, me deixa aclarar uma coisa: não gosto nem do Bush nem do Chávez, mas entre os dois prefiro ter relaçoes carnais, como disse o Kirchner alguma vez, com o primeiro. A minha escolha não tem nada de ideológica, até porque faz tempo que desisti de acreditar em algo do gênero e sim prática. É muito simples: entre Venezuela e Estados Unidos, qual é o país mais desenvolvido? Qual tem mais condições a largo prazo de ser um bom parceiro comercial? Qual deles há mais de dois séculos tem uma sólida democracia? Observem que não estou dizendo que os americanos vivem no paraíso, longe disso, eu mesmo não iria viver lá salvo fosse estritamente necessário. O que tento dizer é que pelo menos eles têm condições muito maiores de enfrentar os problemas que têm que a Venezuela. Por isso, quando vejo alguns gritando palavras de ordem, carregando faixas, queimando bandeiras americanas e imolando um boneco de pano que representa Bush, apelo a Freud pra conseguir uma explicação lógica. Se bem que talvez fosse mais prático perguntar a Nelson Rodrigues, que com o complexo de vira-lata talvez seja mais conciso. Eu tentarei ainda ser mais conciso: pra mim, é inveja e da boa. Não admitem que gostariam que todos fossem iguais a eles e essa é a mesma visão que os Estados Unidos, como nação, têm do mundo. Destroem um McDonald’s ou Citibank como os talibãs destroem estátuas de Budas ou um “bispo” destrói a imagem de uma santa ou os americanos que tomam notebooks de viajantes estrangeiros sem explicação (literalmente falando) ou a Igreja Católica que é contra o aborto de uma mulher violentada. É a mesma atitude de prepotência e intolerância.
Percebe-se claramente que são manifestações orquestradas, que não têm o menor respaldo popular. As mesmas faixas e imagens foram usadas aqui e no Brasil. As mesmas palavras de ordem. Quando houve a Cúpula das Américas em Mar del Plata, foi igual, chegaram a saquear uma locadora. Agora leio que, no Uruguai, saquearam até uma joalheria! É justo pensar que ladrões se aproveitam da confusão pra roubar, mas isso não passaria se ninguém apedrejasse uma lanchonete só por ser americana. O que mais me encanta é que Chávez critica tanto ao “Império do Mal” e ao mesmo tempo continua alimentando-o, ou será que a Venezuela parou de vender petróleo aos EEUU e não estou sabendo? De qualquer maneira, pra mim essa viagem tem mais fundo político que econômico. Com Lula, Bush não fechou nenhum acordo, apenas uma carta de intenções. Com Vázquez, o mesmo. Enfim, amigo, o tempo passa e nada muda. A persistir essa situação, os homens de verde não demoram a voltar, acreditem...
Ah e Fidel?! Fidel nem está mais entre nós, embora seu corpo (aparentemente), sim...
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