Se existe algo que me atrai e ao mesmo tempo causa temor é a água, em especial o mar. Talvez por conta disso, ou por completa inépcia minha, sei lá, jamais aprendi a nadar, sequer a boiar. Já passei por diversos sustos, alguns dos quais esqueci de contar a meus pais (blog também é confessionário). Mas domingo passado, me senti o próprio Aquaman, pois fomos às Termas Marinas, parque termal que fica em San Clemente del Tuyu, distante umas 3 horas, ao norte, de Mar del Plata. Diferentemente da maioria dos parques termais, cuja água vem de rios subterrâneos, essa vem do mar, embora a uma profundidade considerável. De fato, há um farol dentro do parque, construído há mais de 100 anos e ainda em funcionamento. Pertinho, há um caranguejal. O engraçado é que o caminho é caracterizado pela mesma monotonia de quando fui à Sierra de Los Padres, ou seja, há muitas planícies, alguns haras e até pinheiros. Tudo isso, perto do mar. Muito estranho.
O lugar é bárbaro, tem quatro piscinas para adultos com temperaturas entre 35 e 40 graus, o que pra mim não chega a ser excepcional, pois tomo banho quente até no verão. Na verdade, o mais divertido é que a água te faz flutuar involuntariamente e, pela primeira vez em minha vida, pude boiar, finalmente provando para mim mesmo que não sou uma pedra! Pelas regras, não se pode ficar mais de 15 minutos em cada piscina, supostamente para aproveitar ao máximo os efeitos terapêuticos da água, e no começo até seguíamos a orientação, mas... como resistir a ficar sempre mais cinco minutos que se transformavam em dez ou até quinze? Nem mencionar os jatos d'água, verdadeira hidromassagem da natureza.
Além disso, há outras atividades, claro. Aprendi a disparar de arco e flecha (agora respeito a quem pratica este esporte, não é nada fácil), subi ao farol, caminhamos e enfrentamos insetos comedores de gente e, claro, encontramos um gato (mas esse estava bem alimentado). O mais estranho é que todas estas atividades praticamos de roupão posto, me sentia como se estivesse num campo nudista ou coisa parecida. Pena que a grana não alcançava pra fazer uma massagem e não houve as aulas de aeróbica como prometido. Isso ficaram devendo, se bem que eu não faria mesmo, hehe (sim, começo a reclamar por hábito, como legítimo argentino em que me transformo). Outra coisa que me chamou a atenção foi a ausência de ruídos desnecessários, as pessoas falavam baixo, quase cochichando, o lugar todo transmitia uma tranqüilidade muito grande, mesmo as crianças não saiam correndo para qualquer lado.
Chegamos quase às dez da noite, extremamente cansados, mas felizes. No dia seguinte, decidi nem ir de bicicleta, preferi pegar um ônibus. Ah, sim, ainda não havia comentado sobre a bici, mas isso fica mais pra adiante ;-)
Um abraço em todos!
Um comentário:
que vidão, hein!!! quer dizer que argentino também é reclamão, é? que dureza, hein! francês tb é.
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